Funchal, 19 de abril de 2025 – Um incêndio deflagrou esta manhã numa casa devoluta situada na Rua Bela de São Tiago, no Funchal, levando à rápida intervenção dos Bombeiros Voluntários Madeirenses e dos Bombeiros Sapadores do Funchal. A ocorrência, que voltou a levantar preocupações sobre o uso recorrente de imóveis abandonados por toxicodependentes e sem-abrigo, é apenas mais um episódio de uma longa série de incidentes semelhantes na mesma zona.
Zona marcada por abandono e perigo
A Rua Bela de São Tiago é conhecida por albergar várias casas abandonadas e em ruínas. Estes espaços tornaram-se refúgio habitual para pessoas em situação de sem-abrigo, muitas delas com dependência de drogas. Segundo testemunhos locais e fontes próximas das autoridades, é comum encontrar vestígios como cachimbos, seringas, papel de alumínio e outros utensílios usados para consumo de estupefacientes.
Perigo de incêndios acidentais
As autoridades suspeitam que o incêndio desta manhã tenha sido provocado acidentalmente por jovens toxicodependentes que utilizam essas casas para se drogarem. Ao tentarem aquecer substâncias antes da injeção, por vezes geram pequenas chamas que rapidamente se alastram, especialmente devido ao estado degradado das estruturas e à presença de materiais inflamáveis.
Segundo apurámos, à chegada da PSP ao local, não foi possível identificar qualquer indivíduo nas imediações, embora houvesse claros indícios de que a casa tinha sido recentemente ocupada.
Uma situação recorrente sem fim à vista
Este tipo de incidentes tem-se tornado cada vez mais frequente na cidade do Funchal, em particular em zonas com edifícios devolutos e sem vigilância. Apesar de várias ações de sensibilização por parte das autoridades e de entidades de apoio social, o problema persiste, muito por causa da falta de respostas eficazes para a toxicodependência.
A abordagem pedagógica adotada localmente, que tenta "educar" os consumidores de droga, tem-se revelado insuficiente para travar esta cadeia de acontecimentos perigosos. Muitos dos indivíduos regressam aos mesmos locais dias depois, perpetuando um ciclo de degradação urbana e risco iminente.
Chamada à ação
Moradores e associações de bairro têm exigido mais fiscalização e soluções concretas, como a reabilitação dos edifícios abandonados ou sua transformação em estruturas úteis para a comunidade. Enquanto isso não acontece, os bombeiros e a PSP continuam a ser chamados, vezes sem conta, para controlar situações que poderiam ser evitadas com uma política mais eficaz e assertiva.
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