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sexta-feira, 18 de abril de 2025

Falta de noivos está a provocar crise de natalidade e de familia na Madeira

Diocese do Funchal alerta para drástica redução dos casamentos religiosos nos últimos 20 anos

A Madeira está a enfrentar uma preocupante crise de natalidade, alimentada por um fenómeno cada vez mais visível: a falta de noivos e a consequente queda no número de casamentos religiosos.

Segundo dados fornecidos pela Diocese do Funchal, em apenas duas décadas registou-se uma redução alarmante de matrimónios católicos. No ano 2000 realizaram-se 1.226 casamentos, enquanto que em 2024 esse número caiu drasticamente para apenas 433 casamentos, muitos deles envolvendo cidadãos estrangeiros.

O impacto social da ausência de casamentos

O cónego Marcos Gonçalves manifestou a sua profunda preocupação com esta realidade. Segundo o responsável eclesiástico, existe atualmente uma visível ausência de casais nas sessões de preparação matrimonial, o que revela não só a quebra no interesse pela instituição do casamento, mas também uma transformação cultural que afeta o futuro da estrutura familiar na região.

Esta tendência está a ter um impacto direto na baixa taxa de natalidade e na composição tradicional das famílias madeirenses, colocando em risco a sustentabilidade demográfica da ilha.

Modernidade e desvalorização do compromisso

Além da redução do número de casamentos, o cónego também alertou para a crescente presença de músicas consideradas “impróprias” durante as missas, algo que poderá estar a afastar fiéis, sobretudo os de gerações mais velhas, habituados a uma liturgia mais tradicional.

As novas gerações parecem estar menos dispostas a assumir compromissos duradouros. Muitos casais formam-se, mas terminam em poucos meses ou anos, e por vezes até têm filhos com diferentes parceiros, comprometendo o conceito clássico de família e estabilidade.

Razões apontadas para o declínio dos matrimónios

  • Altos custos económicos associados ao casamento, que desencorajam muitos jovens;
  • Mudança de mentalidades, com menor valorização do casamento religioso;
  • Instabilidade das relações, com maior rotatividade de parceiros;
  • Influência da cultura moderna, com foco em liberdade pessoal e satisfação imediata.

O futuro da Madeira sem casamentos?

Com menos noivos e menos casamentos, a Madeira poderá assistir a uma grave crise demográfica, com consequências que vão muito além da igreja: escolas a fechar, perda de mão de obra jovem, envelhecimento da população e enfraquecimento do tecido social.

“Sem famílias, não há futuro”, reforça o cónego Marcos Gonçalves, apelando a uma reflexão coletiva sobre o valor do casamento e o papel que cada cidadão pode ter na construção de uma sociedade mais estável e coesa.

Esta realidade exige ação urgente por parte da sociedade civil, das autoridades e da própria igreja, para que o casamento e a família voltem a ser pilares fundamentais na Madeira.

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