Quantas vezes já passou pelo Caminho do Poço Barral e deparou-se com um ou mais toxicodependentes consumindo ou negociando drogas à vista de todos? O que acontece neste movimentado ponto da ilha surpreende tanto visitantes como moradores. Uma situação que reflete a aparente permissividade em relação aos abusos cometidos por indivíduos frequentemente identificados como “sem-abrigo”, mas que, na prática, representam uma ameaça constante, incluindo o risco de iniciarem jovens no mundo das drogas.
Presença Constante e Comportamento Intimidatório
A presença constante destes indivíduos nas imediações das lojas mais conhecidas dessa rua é notória. A qualquer hora do dia ou da noite, encontram-se ali os mesmos rostos, pedindo dinheiro “para comer” ou exigindo pagamento para permitir que os condutores saiam do estacionamento de algum estabelecimento comercial. Queixas aos seguranças dos locais revelam-se inúteis; assustados e desarmados, limitam-se a sugerir que os cidadãos contactem a PSP.
Se está de carro, a abordagem pode ser ainda mais ousada. Batem na janela, pedem dinheiro ou, em casos mais graves, tentam abrir as portas do veículo, mesmo em movimento. Quando confrontados, desaparecem pelos becos ou vielas da área, apenas para reaparecerem minutos depois no mesmo local.
Impotência das Autoridades
Ao relatar essas situações à PSP, a resposta é desanimadora: os indivíduos têm o direito de circular livremente pelas ruas. O sentimento entre os moradores é de revolta, pois percebem que os direitos desses cidadãos parecem sobrepor-se aos dos contribuintes locais, cujas queixas se acumulam sem solução à vista.
Para quem circula a pé, especialmente mulheres, passar em frente à antiga loja AKI é motivo de ansiedade e medo. Relatos de intimidação são comuns, tornando o trajeto pela área entre a rotunda do Pico de Barcelos e a entrada do Madeira Shopping um teste diário de paciência e resiliência. Qualquer dia, é possível contar mais de 50 indivíduos com claros sinais de consumo e comportamento errático, espalhados por essa rua, à procura de dinheiro para sustentar o vício.
Um Problema Crônico e Sem Fim Aparente
Este problema não é recente. Há mais de 20 anos, o cenário permanece praticamente inalterado. Os toxicodependentes tornaram-se uma espécie de “tradição” tão associada à ilha quanto as bordadeiras, os empurradores de carros de bois ou as dançarinas camacheiras do bailinho. Parecem intocáveis, quase como se fossem parte do “património” da Madeira para a humanidade.
A sociedade questiona: até quando este problema será ignorado? O impacto é profundo, não só na segurança pública, mas também na imagem da ilha, que luta para equilibrar a sua reputação de paraíso turístico com a dura realidade das ruas.
Necessidade de Ação
O que Madeira precisa é de uma abordagem firme e integrada, envolvendo autoridades, comércio local e serviços sociais. O ideal seria penalizar o consumo e não manter essa absurda legalização que está a levar a todas as nossas crianças e jovens a tornarem-se viciados. Até lá, o Caminho do Poço Barral continuará a ser, para muitos, um símbolo de desamparo e da fragilidade das políticas públicas perante uma questão que afeta o coração da comunidade.
Todos os dias tem drogados na porta do Homa, até parece que tem um horário para cada um... são sempre os mesmos há muitos anos, sempre importunar todos e da para ver que andam pedrados... a PSP pode ver, mas não tiram dai.
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